segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Que buscais?


João 1:35,51

35 No dia seguinte João estava outra vez ali, com dois dos seus discípulos
36 e, olhando para Jesus, que passava, disse: Eis o Cordeiro de Deus!
37 Aqueles dois discípulos ouviram-no dizer isto, e seguiram a Jesus.
38 Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: Que buscais? Disseram-lhe eles: rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde pousas?
39 Respondeu-lhes: Vinde, e vereis. Foram, pois, e viram onde pousava; e passaram o dia com ele; era cerca da hora décima.
40 André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram João falar, e que seguiram a Jesus.
41 Ele achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Havemos achado o Messias (que, traduzido, quer dizer Cristo).
42 E o levou a Jesus. Jesus, fixando nele o olhar, disse: Tu és Simão, filho de João, tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).
43 No dia seguinte Jesus resolveu partir para a Galiléia, e achando a Felipe disse-lhe: Segue-me.
44 Ora, Felipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro.
45 Felipe achou a Natanael, e disse-lhe: Acabamos de achar aquele de quem escreveram Moisés na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José.
46 Perguntou-lhe Natanael: Pode haver coisa bem vinda de Nazaré? Disse-lhe Felipe: Vem e vê.
47 Jesus, vendo Natanael aproximar-se dele, disse a seu respeito: Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo!
48 Perguntou-lhe Natanael: Donde me conheces? Respondeu-lhe Jesus: Antes que Felipe te chamasse, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira.
49 Respondeu-lhe Natanael: Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és rei de Israel.
50 Ao que lhe disse Jesus: Porque te disse: Vi-te debaixo da figueira, crês? coisas maiores do que estas verás.
51 E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.


O contexto era o seguinte: João Batista, já famoso na região, vinha pregando batismo de arrependimento como preparação para o verdadeiro batismo que estava por vir (v26,27). Com o seu discurso de volta para Deus, conquistou discípulos, que passaram a participar do seu dia a dia (v35) e compartilhar seus ideais.

Tudo ocorria normalmente quando ocorreu o (in)esperado: João viu o Espírito descer dos ceús, como uma pomba, e pousar sobre um batizando (v32). João Batista sabia o que era aquilo – ele já fora avisado antes: “Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo” (v33). E acredito que foi assim que ele reconheceu quem era Jesus.

Naquele momento tudo mudou, pois o “tempo vindouro” que ele anunciava em seus discursos havia chegado. Aquele que iria trazer o batismo verdadeiro havia se mostrado (v34). Tendo em vista a compreensão de João Batista de si mesmo (v23), não havia nada mais natural do que ele explicar tudo para seus discípulos (v35) e dizer: “Vão! Agora é inútil me seguir!” (v36). E é nesse contexto que começa nossa discussão.

Que buscais?

Dois dos discípulos obedeceram a ordem de João e foram atrás de Jesus (v37) . Jesus toma iniciativa e dirigi-lhes uma pergunta (v38), uma pergunta tão ambígua e forte que ecooa até hoje: que buscais?

E, como era de se esperar , eu a direciono para você, leitor: que buscais? Ou, caso prefira, em um português mais moderno: o que você tem buscado?

E ai? O que me diz? Já se avaliou nesse ponto? Essa é uma pergunta que me faço constantemente, pois ela influencia muito no meu viver, querendo eu ou não. Afinal, o objeto de minha busca é o que eu provavelmente encontrarei e viverei por.

Não adianta eu buscar tesouros sobre a terra esperando ajuntar tesouros no céu (Mt 6:19-21). Não há como eu gastar todo meu tempo em faculdade/estágio/afazeres, sem gastar o mínimo de tempo com Deus/família/namorada e querer que fique tudo bem com os últimos 3. É impossível. É uma questão de escolha e investimentos: vou dar qual enfoque para minha vida? Vou buscar bens terrenos ou bens eternos?

Vinde e vede

Os discípulos, respondendo a pergunta de Jesus, deixam claro o que estavam buscando: o Messias. Mas, ainda mais interessante que a forma como Jesus inicialmente os aborda é a forma como Jesus responde ao anseio dos mesmos: vinde e vede. Novamente, uma fala que ecooa até nossos tempos.

Caro leitor, não sei o que você têm buscado, quais são suas escolhas e o que você tem priorizado. Mas, independente das suas decisões, Jesus tem te chamado:

Para aqueles que buscam bens terrenos, Ele diz: vinde e vede.

Você já sabe o que Jesus pode te proporcionar? Por que não experimentar? Foi assim que começou minha vida cristã: não tinha convicção nem mesmo que Deus existia – mas resolvi experimentar. Pensava eu: “e se for verdade? Não custa nada tentar…” E estou ai até hoje. E não somente eu – há vários amigos que começaram assim também. Você não precisa acreditar firmemente, ou ter um coração bom, ou qualquer outra coisa – precisa apenas dar o primeiro passo – experimente – vá e veja!

Para aqueles que já buscam bens eternos, Ele também diz: vinde e vede.

Sempre terá algo a mais que você ainda não viu. Não adianta. Ele é eterno e infinito, nós somos apenas mortais finitos. Então, eu te pergunto: o que está faltando na sua relação com Deus? O que está faltando mudar no seu caráter, nos seus hábitos, na sua vida? As vezes (quase sempre) a vida cristã é dura, mas não desanime, vá e veja. Você sabe que ele pode aumentar ainda mais suas fronteiras e te dar pés como os da corça nos lugares altos (Hc 3:19).


Verdadeiro Israelita


No final do trecho, Jesus se dirige a Nataniel com essas palavras – “verdadeiro Israelita, em quem não há engano” – sem nem mesmo eles terem conversado antes. Jesus já o conhecia, mas Nataniel não conhecia Jesus e se espanta. Então Jesus o lembra do momento “debaixo da figueira”. Nada podemos dizer sobre esse momento, mas podemos especular – e arrisco dizer que foi um momento de intensa busca a Deus.

O importante a se notar nesse trecho é que Jesus traça um paralelo explicíto com o antigo testamento, com Israel, o herdeiro da promessa de Abraão. Sua fala vai muito além do que uma simples leitura pode revelar:

Israel é o nome dado por Deus a Jacó, filho de Isaque, filho de Abraão. Deus não o nomeia ao acaso: Jacó era um traiçoeiro, que enganou seu irmão Esaú duas vezes (Gn 27:25,26), mas que teve seu nome trocado após ter sofrido uma grande transformação em seu caráter (Gn 28-32). Então, quando Jesus diz a Nataniel que ele era um verdadeiro israelita, além de estar afirmando que ele era um verdadeiro herdeiro da promessa de Deus, Jesus também estava dizendo que Nataniel era “um Israel”, e não “um Jacó”.

Creio que todos nós também podemos ter nossos nomes trocados. Isto é, somos apenas Jacós, mas podemos vir a ser verdadeiros israelitas. E essa transformação está a nosso pleno alcance. Precisamos, antes de mais nada, fazermos nossa escolha e definirmos o que vamos buscar. Depois, só restará irmos e vermos, pois Ele estará nos esperando.

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