sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A Parábola do Filho Pródigo

LUCAS 15 - 11
11 Disse-lhe mais: Certo homem tinha dois filhos.
12 O mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me toca. Repartiu-lhes, pois, os seus haveres.
13 Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntando tudo, partiu para um país distante, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.
14 E, havendo ele dissipado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a passar necessidades.
15 Então foi encontrar-se a um dos cidadãos daquele país, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos.
16 E desejava encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam; e ninguém lhe dava nada.
17 Caindo, porém, em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!
18 Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e diante de ti;
19 já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados.
20 Levantou-se, pois, e foi para seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai o viu, encheu-se de compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
21 Disse-lhe o filho: Pai, pequei conta o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.
22 Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e alparcas nos pés;
23 trazei também o bezerro, cevado e matai-o; comamos, e regozijemo-nos,
24 porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a regozijar-se.
25 Ora, o seu filho mais velho estava no campo; e quando voltava, ao aproximar-se de casa, ouviu a música e as danças;
26 e chegando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo.
27 Respondeu-lhe este: Chegou teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo.
28 Mas ele se indignou e não queria entrar. Saiu então o pai e instava com ele.
29 Ele, porém, respondeu ao pai: Eis que há tantos anos te sirvo, e nunca transgredi um mandamento teu; contudo nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com meus amigos;
30 vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.
31 Replicou-lhe o pai: Filho, tu sempre estás comigo, e tudo o que é meu é teu;
32 era justo, porém, regozijarmo-nos e alegramo-nos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado.


Reflexão

Para nos reconciliar com Deus, é imprescindível um coração arrependido que deseje, acima de tudo, estar em comunhão com o Senhor. Mas o desejo do coração precisa ser demonstrado. É necessário agir para nos aproximar de Deus. Neste artigo, vamos considerar a importância da nossa ação e algumas coisas que precisamos fazer para voltar ao Senhor.

Levantar e Ir

Quando Jesus enfrentou a auto-justiça e falta de compaixão dos fariseus e escribas, ele contou uma série de parábolas sobre perdidos e achados (Lucas 15). Da terceira destas parábolas, geralmente conhecida como a Parábola do Filho Pródigo, aprendemos algumas lições importantes sobre como voltar para a casa do nosso Pai. Nesta história, um filho ingrato pediu a sua herança (enquanto seu pai ainda estava vivo!) e saiu de casa. Gastou o seu dinheiro numa vida de libertinagem e logo se encontrou passando fome numa terra estranha (Lucas 15:11-16). Ele chegou ao fundo do poço, e representa a situação de cada um de nós quando nos entregamos ao pecado. Quando abandonamos o Pai que nos criou e que nos ama e usamos os nossos recursos – tempo, dinheiro, energia, a própria vida – no pecado, fazemos a mesma coisa que o filho rebelde fez. Vivemos desperdiçando no pecado as coisas boas que recebemos do Pai. Reconhecendo ou não a nossa condição espiritual, chegamos ao fundo do poço do pecado.

O filho reconheceu o seu problema, e viu que não era necessário sofrer tanto. Ele lembrou da bondade de seu pai: “ Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome!” (Lucas 15:17). Antes de voltar para Deus, precisamos chegar ao ponto de compreender que a vida com ele é muito melhor do que a vida no mundo do pecado. Este entendimento pode vir por meio de sofrimento e conseqüências que o pecado traz na nossa vida, ou pode vir por cansar da futilidade de prazeres que nunca satisfazem as nossas necessidades reais. Antes de voltar para Deus, temos de perceber que estamos afastados dele.

Ele decidiu agir em humildade. Uma vez que encarou o seu problema, o filho se arrependeu; ele decidiu mudar. Disse consigo: “Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores” (Lucas 15:18-19). Nós precisamos da mesma atitude do arrependimento para chegar ao Senhor. Primeiro, decidamos agir – “levantar-me-ei”. Segundo, busquemos a Deus com humildade – ”já não sou digno”. A pessoa que se acha digna e merecedora da salvação jamais chegará a Deus (Romanos 10:3; Efésios 2:8-9).

O filho arrependido agiu, e voltou para o Pai. É importante reconhecer o problema e decidir como agir, mas precisa seguir o plano. Muitas pessoas lamentam sua situação no pecado e até prometem voltar para Deus, mas continuam dia após dia sem fazer nada. O filho rebelde fez o que falou: “E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho” (Lucas 15:20-21). Não é fácil nos humilhar para admitir o nosso pecado e nos entregar à misericórdia de Deus. O orgulho humano luta contra este desejo de nos reconciliar com o Pai. Mas a nossa salvação e a nossa esperança eterna dependem de Deus, e da nossa decisão de nos submeter a ele.

Quando o filho rebelde voltou, ninguém tomou a decisão por ele. Ele não foi induzido ou levado por outros. Este filho tomou a sua própria decisão e se reconciliou com seu pai. Observamos, também, que ninguém impediu a salvação dele. Mesmo o irmão mais velho, que não o aceitou bem, não foi capaz de manter este homem afastado de seu pai. Da mesma forma, a decisão sobre a nossa salvação é nossa. Ninguém nos força a voltarmos para Deus, e ninguém é capaz de impedir a nossa reconciliação com o Pai. Nós decidimos buscar a Deus ou não. Queremos, mais do que qualquer outra coisa, estar em comunhão com Deus?

Duas Situações Diferentes

Quem precisa se reconciliar com Deus? Há duas situações em que precisamos voltar para Deus: ➊ O pecador que nunca se converteu a Cristo, e ➋ O cristão desviado – aquele que começou a andar com Deus e desviou. Vamos ver o que cada pessoa precisa fazer.

O Pecador Que Ainda Não Converteu-se

Jesus enviou os apóstolos ao mundo para pregar a mensagem da reconciliação. “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16:15). A palavra que eles falaram e escreveram tinha um propósito fundamental: “Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (João 20:31). Para reconciliar-se com Deus, o pecador que ouve a mensagem de Cristo precisa reagir. É necessário:

● Crer em Jesus. “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.” (Hebreus 11:6). Jesus disse: “Porque, se não crerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados” (João 8:24).
● Confessar a fé em Jesus. A fé verdadeira nos leva, naturalmente, à confissão aberta. Paulo escreveu: “Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação” (Romanos 10:10). Jesus disse: “Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus; mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mateus 10:32-33).

● Arrepender-se dos pecados. Foi o pecado que nos afastou de Deus, e o arrependimento do pecado é uma das condições para nos reconciliar com o Senhor. Jesus disse: “Se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis” (Lucas 13:3,5). Pedro pregou a mesma mensagem ao povo de Jerusalém: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados” (Atos 3:19).

● Ser batizado para remissão dos pecados. Para chegar à comunhão com o Senhor, precisamos ser batizados. Jesus disse: “Quem crer e for batizado será salvo” (Marcos 16:16). Pedro respondeu a pergunta dos judeus perdidos no Dia de Pentecostes com estas instruções: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:38). Três dias depois de encontrar Jesus no caminho para Damasco, Saulo permanecia no pecado e precisava do perdão de Deus. Ananias o instruiu: “Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados” (Atos 22:16). O mesmo Saulo (mais conhecido como Paulo) afirmou que o batismo é o sepultamento que precede a nova vida (Romanos 6:3-4). Também disse que é pelo batismo que entramos em Cristo (Gálatas 3:27). O próprio Jesus disse que o batismo nos conduz à comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mateus 28:19).

O Cristão que se Desviou
Uma boa parte do Novo Testamento foi escrita para ajudar os cristãos manterem-se no caminho do Senhor. Não devemos desviar, mas existe o perigo real de cair na tentação e se afastar novamente de Deus. Pedro disse que é pior para o cristão voltar para o pecado do que nunca ter-se convertido (2 Pedro 2:20-22). Tiago disse: “Meus irmãos, se algum entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter, sabei que aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados” (Tiago 5:19-20).

Ese isso acontecer comigo, o que eu preciso fazer? Preciso ser batizado novamente cada vez que tropeço? Não! Veremos o que as Escrituras dizem, usando o exemplo de um discípulo em Samaria que caiu. Simão creu e foi batizado (Atos 8:13) e, em seguida, caiu no pecado. Juntando as informações do caso dele e alguns outros trechos, aprendemos que:

● O pecado do cristão o condena. Pedro disse que Simão estava no “laço da iniqüidade” (Atos 8:23).
● O cristão que peca precisa se arrepender. Pedro lhe disse: “Arrepende-te” (Atos 8:22).

● O discípulo que peca precisa orar e pedir perdão. Pedro disse a Simão: “Roga ao Senhor; talvez te seja perdoado o intento do coração” (Atos 8:22).

● Quando o cristão confessa seus pecados, Deus os perdoa (1 João 1:7 - 2:2).

● Quando temos pecado contra outras pessoas, devemos confessar e pedir perdão a elas (Mateus 18:15-17; Lucas 17:3-4; Tiago 5:16).

Vamos Voltar!
Todos nós pecamos. Deus é misericordioso e quer nos perdoar. Cabe a nós aceitarmos os termos dele para alcançar a bênção da vida eterna na presença do nosso Senhor!

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